quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Ritmo da Cidade


O ritmo da cidade
É marcado pela sola dos sapatos
De seus donos e ouvintes
Que salpicam casas, calçadas,
Becos, ruas e pontes
Antes de se irem para sempre…

O ritmo da cidade pode ser
Vivo e imprevisível como uma fumaça
Ou mecânico e cruel como os
Fantasmas de carne e sem rosto
Que se escondem atrás
De seus escudos de aço e vidro

Mas o ritmo da cidade
Não pode ser aquilo
Que preenche o vazio dos olhos
Daquele que por suas ruas
Deambula tentando esquecer
A falta de ritmo e vida
Que existe no silêncio
Triste e perturbador de seu coração

Pois a solução dos maiores enigmas
Não está nas informações de uma esquina
Nem menos no som monocromático
Das agulhas que marcam o compasso
Desta noturna rotina diária

A solução não está na cidade
Por mais antiga que esta seja
Ou por mais inteligente que pareça
Porque a verdadeira energia da vida
Está à espera de ser desvendada, reunida,
Montada e posta em movimento
Na musical oficina da alma

Sim, Ele nos projetou assim
O mesmo que nos quer
Alfabetizar na leitura da esperança
Ou simplesmente nos tomar pela mão
E nos ensinar uma alegre forma de dançar
Sobre a pista da dor…

E uma vez embalados ao ritmo da graça
Lucidamente sermos felizes!

4 comentários:

  1. Teo, este poema foi feito em Portugal, né? Ou estou enganada?
    Muito lindo!!!! Demais!!!

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  2. Foi escrito há 5 anos em um café em Ermesinde, perto da estação de trem. Nessa tarde a dor era muito grande, mas a consolação que Ele me mostrou naquele guardanapo foi bem maior e permanente...

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  3. "...uma vez embalados ao ritmo da graça
    Lucidamente sermos felizes!"

    Téo, que maravilhoso ler seu blog! Suas palavras são profundas e muito inspiradoras! Sinto-me privilegiada em ser sua amiga e saber que há pessoas como vc, que compreendem e sabem expressar o que nossas almas gritam, muitas vezes sem nem saber o porquê...

    Um grande beijo!

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  4. legal o poema, bem edificante mesmo...

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