sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A Glória maior que o Tempo (Jo.11)


Esperar pode ser uma bênção ou um pesadelo. Pode ser uma oportunidade para descansar ou um meio de se ganhar uma lesão, se descansamos do jeito errado. Pode ser o palco de toda a minha limitação e impotência, ou de Deus demonstrar fidelidade.

Todavia, temo que o Mestre se demore em vir ao meu socorro, e que neste intermeio todos os meus "Lázaros" faleçam. É muita a frustração que sofremos decorrente de promessas divinas que interpretamos e encaixotamos em nossos próprios modos, tempos e mundos. Por isso conhecemos a desesperança, a mágoa descabida e o antigo senso de auto-piedade, que parece ser tão profundo - sendo tão artificial!

Ele, porém, não é escravo de meu relógio, nem servo de meus calendários. Ama-me tanto que está decidido a mostrar-me Sua glória, e por esta causa meu relógio e calendários registram Seu "atraso". Logo meus sonhos perecem, e com eles a esperança do milagre que imaginei. Onde está o Mestre? Não aparece para o enterro, embora o que foi sepultado lhe seja reconhecidamente conhecido.

Em Seu perfeito tempo, Ele surge e ali podemos vê-lo a chorar, não por remorso ou limitação, mas principalmente por ver o nosso abundante lamento proveniente da falta de fé. "Eu Sou a ressurreição e a vida", Ele revela; "Sim, Senhor, mas o morto cheira mal!", queixo-me eu. E mesmo indignadamente submisso, movo a pedra. Ele, com Sua grande voz, chama para fora o que morrera, clamando para que volte aos Seus braços o que sempre amou - não só meus sonhos, mas toda a nossa familia, há vários dias sem a vida.

E só então percebo que não preciso de explicações, pois sou incapaz de lidar com elas e indigno de recebê-las. No fundo (da cova) e ao longo do Caminho, o que preciso mesmo é de Sua companhia, é ter Seus braços em torno de meus ombros machucados pelos fardos desproporcionais e desnecessários que tenho carregado. O que careço é que o Caminho caminhe comigo, para que assim, durante a subida deste íngreme Calvário, eu já não reclame do pouco que deu-me a levar, mas agradeça o muito que já levou por me amar...

Ah, meu Senhor! Em Ti está minha delícia! E se caí enfermo e fui enterrado, é a Tua voz que hoje ouço, é para o Teu seio que hoje corro, é em Teus braços que hoje me lanço! Em ninguém mais sou assim sincero, amado e aquietado de satisfação - somente em Ti, Ressurreição do que me faliu, e Vida para o que em mim Te é amigo!

E quanto mais por Ti espero, mais glória me revelas... pois assim como a cruz é maior que o tempo, assim a glória supera a espera - eternamente, como eterno é o fruto da cruz!

3 comentários:

  1. Ótima reflexão Téo, com certeza quando entendemos que a espera nos revelará a grande glória do Pai, a esperança volta a iluminar nosso caminho e prosseguimos em frente, mesmo que a estrada seja cheia de pedras e obstáculos.
    Deus continue te abençoando!!!

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  2. Reflexão que teve como ponto de partida o que o Pai falou naquele sábado... Deus continue te abençoando Dani!!

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  3. Tercio meu irmao...
    Aqui e o Rossine, (acho que vc e mesmo o tercio que estou procurando). Estudei com vc no colegio champagnat. Ja tem anos que estou tentando encontrar vc. se puder, me diga como poderia entrar em contato com vc. Grande abraco e que Deus te abencoe.

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