sábado, 27 de fevereiro de 2010

Conformado ao Filho!


"Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8.29)

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Minha grande preocupação na deve estar no ser
Atlético, erótico, eclético ou exótico

Mas conformado à imagem do Filho
Transformado à coragem do Filho
Transportado à vida do Filho
Transtornado à justiça do Filho
Transfigurado no perdão do Filho
Construído no fundamento do Filho
E apagado no aparecimento glorioso do Filho
É o que preciso, o bom perdão no futuro juízo
Pois Seu sangue prova que minha condenação
Foi cravada na cruz sobre a qual triunfou,
Tumba vazia à volta da qual surge o melhor jardim

Meu Advogado me defende não negando o que fiz
Mas levantando as mãos e mostrando o que fez por mim
Prova irrefutável, imbatível, louvável!

Os chicotes se aquietaram – mas céu e terra aplaudem o Filho!
Aquela cruz apodreceu – mas o Filho jamais!
Aquela lança enferrujou – mas o Filho ainda reluz!
Aqueles cravos já não ferem – mas o Filho ainda cura!
Seus acusadores desapareceram – mas o Filho está entre nós
E os que pediam Sua morte já morreram – mas onde está, ó Morte,
Tua vitória sobre o Filho ressurreto?

Conformado à imagem do Filho
É o que preciso mais que tudo
É o grande assunto que devo lançar
Nas mãos de quem é poderosamente capaz –
O Pai nosso que jamais falha!
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"Quanto a mim, em retidão contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança" (Salmo 17.15)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Na praia com Jesus

"...Simão... tu me amas?..." (João 21.3-17).

Na véspera da crucificação, Pedro acreditava amar a Jesus mais do que os demais. Declarou cheio de confiança estar pronto a segui-Lo até a morte (Lc. 22.33). Todavia, quando o momento tenebroso chegou todos fugiram; poucas horas depois de sua declaração, Pedro se descobriu negando três vezes o Mestre, diante de um fogareiro.

Após a ressurreição, ele e alguns companheiros voltam ao mar da Galileia. Amanhece mas nada pescam, até que na praia surge Cristo e dá-se a pesca miraculosa. Pedro então atira-se à água e provavelmente bate o recorde mundial de nado livre. Quando chega à areia, calado, vê diante de si o Senhor que negara e um fogareiro aceso, onde o Mestre já preparou alimento.

"Pedro, tu me amas mais do que esses?" é a pergunta que lateja. "Amar" aqui no grego é agape, o amor da classe mais excelente e divina, aquele que Pedro anteriormente achava ter. No entanto, agora tudo que o discípulo tem a responder é: "Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te fileo", isto é, afeto e amizade, amor imperfeito. Jesus repete-lhe a pergunta mas a resposta é a mesma. Então o Senhor questiona se é mesmo fileo o que Pedro sente, e este se entristece pois pela terceira vez (tantas quantas o negara) precisa confessar que no agape que antes achava ter na realidade só havia mesmo fileo.
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Temores e horas escuras também peneiram o agape que costumamos declarar, e nessas horas geralmente somos surpreendidos ao perceber que ali existe apenas afeto ou simpatia - nada além. Contudo, diante do Mestre podemos e devemos ser sinceros e confessar-Lhe nossa fraqueza e imperfeição. Ele tem estrutura para lidar com nossa sinceridade; deseja nossa confissão pois só quando admitimos nossa realidade é que nos dá do que é Seu.

Ninguém recebe de Deus o que não admite precisar. Somente quando confesso meu fileo é que conheço a Fonte inesgotável de onde jorra todo o agape de que careço. É quando sou fraco que sou forte, pois então só uma força resta: a do Deus forte em mim (2 Co. 12.10, Is. 9.6).

Ah, Senhor! Pesquei a noite inteira
Mas nada pesquei senão a própria noite...
Todavia, se me perguntam de que sinto vontade
Respondo com fome e sem hesitar:
Tenho vontade de ver o Mestre na prainha
Vontade de comer o que preparou para mim
Vontade de ouvi-Lo falar como antes
E de segui-Lo e servi-Lo com uma fidelidade
Que não encontro em mim!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ele nos amou primeiro

"Mas Deus prova seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8)

"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Efésios 2.4,5)
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"Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as nossas iniquidades(Salmo 103.10)
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"Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor [...] antes, participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos" (2 Timóteo 1.8,9)

Uma pessoa que tenha provado a graça de Deus só aponta o dedo ao céu a fim de dar-Lhe glória, nunca para acusá-Lo. A graça é a fonte da verdadeira gratidão, é o cadeado que impede a cobiça de roubar nossa alegria. Ela torna a vergonha de testemunhar de nosso maravilhoso Salvador em uma coisa ridícula. Nada nos encoraja mais a sofrer por Seu nome neste mundo que não o compreende do que uma visão nítida da graça.

Porém, se hoje a graça me parece distante e enfraquecida, quero lembrar que certo dia, esgotado de ser Seu inimigo, fui amparado por Ele em Sua compaixão. Seu Espírito traz-me isso à memória para lançar em meu rosto nada menos que o renovado e renovador beijo de vida eterna.

E quando recebo Seu abraço de paz, estas mãos cansadas se afrouxam e então delas caem o martelo e o cravo, pesados como os pecados que Ele perdoou para sempre - por meio de Sua graça!

Definitivamente, nós o amamos porque ele nos amou primeiro (1 João 4.19)!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando descer é preciso


Pedro, Tiago e João tiveram o privilégio de serem convidados por Jesus para subir o monte, onde foi-lhes mostrada a essência do reino de Deus (Mt. 16.28), a saber: o Filho transfigurado em glória, Seu rosto resplandecendo em fulgor; Cristo no centro e a Lei e os Profetas (representados por Moisés e Elias) voltados para Ele e Sua luz, enquanto o Pai testemunha que Ele é o Amado em quem tem prazer, o que deve ser ouvido acima e antes de qualquer coisa ou pessoa.

Pedro então tem a ideia engenhosa e voluntariosa de construírem três abrigos no topo do monte, um para cada um. Acho interessante a iniciativa de Pedro, aquele lugar e momento são tão maravilhosos que ele quer ficar para sempre ali. Não se importa com os nove discípulos que foram deixados lá embaixo. Não se importa com a multidão no sopé, faminta de Deus. Não se importa em descer das regiões altas e voltar ao contato com pessoas "comuns" para, no tempo devido, compartilhar da glória que viu e ouviu.

Assim como Pedro, nossa espiritualidade também pode conter egoísmo. Sem dúvida temos boas intenções, mas ainda assim há egoísmo nelas. O mesmo monte que devemos subir devemos descer. Quando Jesus e os três o fazem, um homem desesperado vem ao seu encontro pedindo socorro pelo filho, doente e maltratado pelo maligno. Se o conselho de Pedro tivesse sido ouvido, pelo menos uma família continuaria escrava das trevas nas regiões inferiores. De igual modo, se continuarmos restringindo a revelação recebida da glória de Cristo a certos ambientes e momentos, limitando-a exclusivamente às cordilheiras espirituais, famílias inteiras localizadas na depressão continuarão sob o domínio do mal.

Irmãos, a verdadeira experiência com a glória de Cristo faz-nos buscar pessoas que devem e precisam ser iluminadas pela luz que vimos em Sua face. Não se trata de pedir que o Reino fique conosco no pico inatingível de um Everest de santidade, mas desejarmos descer para repartir com os famintos o Pão recebido! E à medida que caminhamos em direção aos que clamam nas sombras, uma apelo arde em nossos corações: "Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu".

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Mudanças de um peregrino


A vida cristã é uma vida de mudanças. Se você é resistente a elas provavelmente se descobrirá resistindo àquelas que o Senhor deseja operar em sua vida. Na jornada cristã mudamos de hábitos, damos adeus à amigos, mudamos de lugar, de fases e ideias. Mudamos porque crescemos, mesmo que isso às vezes doa. Mudamos porque fomos chamados para ser semelhantes a Jesus, e quando Ele nos chamou não éramos nada semelhantes a Ele.

Um cristão sempre está em mudança e de mudança. Em mudança porque está em processo de crescimento, aperfeiçoamento e conformação com a imagem gloriosa de Cristo. De mudança porque suas raízes não devem se apegar à coisas, objetos, assuntos, lugares e até mesmo à pessoas desta vida. Estamos de passagem. Mesmo que moremos a vida inteira na mesma casa estamos nos movendo, mesmo parados avançamos. Amizades e ruas que um dia serviram já não servem, hábitos que usamos já não caem bem e ideias que nos pareciam tão justas agora clamam por abandono, revelaram-se pequenas demais.

Muitas coisas que guardamos e colecionamos se mostram inúteis quando mudamos, seja de lugar, seja de mentalidade. Relíquias já não têm espaço e adaptações são exigidas. Objetos e artigos que acumulamos movidos por insegurança têm de ser removidos. Renúncias são necessárias pois sem elas não haverá espaço para o novo e o melhor. Mudanças nos ensinam que precisamos nos livrar de muitos pesos que têm pouca ou nenhuma utilidade. Temos de promover limpezas a fundo, reler conceitos e planos antigos e rasgá-los, pois já não condizem conosco.

Mudar é um processo doloroso, mas que nos educa a viver só com o necessário e o importante. Até alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus estaremos sempre nos mudando, sempre passíveis de mudar, sempre mudando e sendo mudados. Às vezes choramos porque nossas raízes se perdem, porque não conseguimos ser como os demais. Nessas horas, porém, receberemos uma consolação maravilhosa, pois Ele nos deixará ver que quanto menos raízes temos aqui, mais enraizados estamos no Deus cujo amor por nós jamais mudará!

E a garantia de que Suas mudanças em nós valem a pena é dada pelo mesmo Jesus que renunciou o céu e mudou-se para a terra, levando Sua cruz da antiga Jerusalém até o Calvário. É Ele, caros peregrinos, que nos convida a seguirmos Suas pegadas, porém na direção inversa, isto é: renunciarmos a terra e nos mudarmos para o céu, levando nossa cruz do Calvário até a Nova Jerusalém após Seus passos vitoriosos!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Filho no meio!


Cuida dos meus pensamentos
Que cada um deles passe por Teu banho
Pertença ao Teu rebanho
E que em Ti se veja a diferença
Entre o maravilhoso e o tacanho

Minha língua é venenosa
Termômetro evoluído do encarvoado coração
Minha arma é venosa
Gatilhos pressionados pela alma
A cada farsa, falsa expressão

Sonda minhas ações
Pois até o bem faço com intenção sagaz:
Mesmo quando me quebras imagino
Que o fazes pois me queres acima dos demais!

Estes meus pensamentos, palavras e ações
Que julgo superiores são tão superpiores!
Cuida de mim! A luz da Tua Palavra
Me infiltra Teu pensar e
Me filtra, tudo que sou

Dá-me a contemplação do Filho
O vislumbre de Sua majestade
A esmigalhar e reconstruir minhas muitas metades
No silêncio real que habita no sagrado espanto...

E o anseio
De que a cada canto
Em cada centro e canto
Dentro de cada santo
O Filho brilhe no meio!