quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Livro que nos lê

A Tua Palavra é mais do que remédio; ela reconstrói todos os meus ossos esmigalhados pois é criativa, e simples para aquietar meu coração – até que ele cante. Ela é o prazer da maior conquista, o sol da praia mais bonita, e tem o incrível poder de se fazer mais notável e visível à medida que a escondemos no coração.

A Palavra é bela como o Teu caráter, justa porque mostra Tua índole, fiel pois Tu não mentes, libertadora como a verdade, feliz como a santidade, e capaz de falar a mesma língua de corações alfabetizados na infância e na humildade. Tem mistérios, sim, porque somos limitados, mas isso não ofende, pois com ela aprendemos que na vida existem certos segredos (os Teus em especial) que são pretextos para surpresas maravilhosas!

Tua Palavra é um honesto amigo na hora sombria. É a verdade envolvida pelo açúcar da graça, tão deliciosa que altera o próprio paladar! Imutável por ser perfeita, perfeita por ser divina – um presente que no presente alarga o futuro, como um sorriso de alívio e alegria. Sua justiça vai além da tinta, seu papel restaura o nosso, e sua validade jamais acaba. Nela encontro e amo o Cristo que primeiro me amou e me encontrou. É a tela onde, do começo ao fim, apreciamos a obra e a vontade Daquele sem início ou fim!

Todos os velhos e bons livros do mundo são inspirados em alguma mensagem ou história, com folhas feitas a partir de algum tronco, sobre as quais é impresso algum fato, história ou personagem. Mas sobre o próprio tronco da cruz foi impressa a maior história, o maior fato e o mais sublime e real de todos os personagens: Jesus Cristo de Nazaré, meu Salvador! Por isso, nenhum outro livro pode fazer o que a Tua Palavra faz: ler-me, antes e enquanto a leio. Pelo que não perderei a oportunidade de correr meus olhos em tudo quanto escreveu a mão que fez tudo em mim – inclusive meus olhos – e tudo a favor de mim, para Sua glória!

A glória revelada em folhas frágeis como os seus leitores – ó simplicidade que escandaliza, ó verdade que fortalece! A Ti nos rasgamos totalmente, Verbo revelado, pois em Ti descobrimos outra história para nós, sem fim e sempre melhor!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Glória e sua sombra

Quando leio a Bíblia, vejo a bússola da glória eterna o tempo todo apontando somente para uma direção: Jesus de Nazaré. Ele é a glória. A glória não é um lugar, não são riquezas e não tem a ver com fama. A glória não está em ser mais do que os outros, nem em ter muito dinheiro. Não reside em mansões, não está no muito luxo e nem é a maior beleza. A glória não é a superação, não se resume ao prazer e nem consiste no poder. Não está na maior força nem em feitos e sentimentos extraordinários e inesquecíveis. Não é ser lembrado por gerações, nem conhecer o mundo todo, tampouco descobrir ou inventar algo que mude a vida de milhões. Não.

Todas essas coisas que chamamos ou consideramos glória não são a glória em si. Apesar de conterem algo dela, são apenas formas de glória, retratos dela. Devemos, porém, cuidar para não confundi-las com a própria glória, pois são apenas meios pelos quais Deus nos permite imaginá-la, e desejá-la e aguardá-la, mesmo contra tudo. São sombras materiais e temporais que dão aos Homens uma pequena noção do que é glória, despertando assim neles a atração por ela. Mas essas coisas todas, repito, não são a glória em si, nem nunca o serão. São apenas a sombra da glória, sem sê-la exatamente.

Pois a glória verdadeira é Jesus Cristo, e nossa vida é, toda ela, um só abraço que temos para lhe dar. Portanto, filhos de Deus, não desperdicemos esse abraço único e precioso, correndo e tentando abraçar a sombra, ao invés de abraçarmos (de fato) a pessoa amada de Jesus, origem de toda glória! Os tempos mudam e as sombras se desfazem, mas a verdadeira glória dura para sempre - pois é a pessoa de nosso Senhor!

Mas, infelizmente, este mundo encantou-se demais com a sombra, a ponto de se esquecer da realidade que a projeta. Invertemos a verdade e agora estamos perseguindo algo que não passa de aparência sem substância. Logo, descobrimos que sombras são sem cor, e oscilam muito de forma. Quando algo pequeno projeta uma grande sombra, chamamos isso de ilusão, e estamos certos. Em Cristo, porém, jamais existe ilusão, pois nenhuma sombra do Senhor será maior que Ele, que é a própria luz. Seria um milagre o sol ter uma sombra de si mesmo, mas Cristo é a luz de uma natureza tão gloriosa que tem até sombra - e mesmo ela nos revela glória!

E, peregrinos, se este mundo deseja loucamente isso que não passa de sombra, será que nós devemos desejar muito mais a face amada de Jesus, onde resplandece o fulgor da glória do Pai? Sim, amados! Mil vezes sim, Mestre querido! Pois se existe glória em Tua sombra, o que haverá então na Tua luz? Ó meu Deus, torna nossos olhos alunos vibrantes da glória de Tua face, hoje e sempre! Amém!