sábado, 21 de novembro de 2009

João, a Verdade e os Gafanhotos


A história de João Batista tem colidido comigo nestes dias. Através dela vejo que Deus deseja homens simples, amantes da verdade e apaixonados por prepararem o caminho para o aparecimento de Cristo. Nosso Senhor quer homens e mulheres que entendam que é no deserto que ouvimos o chamado e a Voz que nos faz clamar. Pessoas que nasceram e que vivem para apontar e mostrar quem é o Cordeiro de Deus; e que não desejam seguidores ou números, mas encaminham discípulos para o Mestre Jesus, entendendo que importa que Ele cresça e eu diminua - o que não é fácil, mas necessário!

Estes são os amigos leais, que protegem, zelam e embelezam a Noiva para o Noivo Jesus. Que não negociam diplomaticamente com a hipocrisia religiosa, e tampouco temem as consequências de denunciar e confrontar o mundo e suas autoridades por sua podridão espiritual e decadência moral, social e ética. Semeiam sempre no chão mais duro, e a maioria terá o privilégio de, no máximo, ouvir falar acerca dos maravilhosos frutos que seus olhos jamais verão nesta vida. E se em algum momento sentem-se abandonados e com dúvidas a assaltá-los, não hesitam em enviar a Jesus um grito de socorro, que no fundo jorra de uma fé franca e sincera.

Deus quer pessoas que amem a verdade acima da vida, e que digam às multidões o que estas realmente são, para que assim entendam que sua real necessidade é arrependimento. Homens assim não são bem-vindos nas festas mundanas porque amam perdidamente o Senhor que os achou, a ponto de perderem a cabeça por amor a Ele!

Estes são os que depois de mortos serão lembrados pelos que os conheceram em vida, não por terem sido bons em retórica ou por terem se vestido com roupas caras; não porque se hospedaram em palácios ou por terem comido nos melhores restaurantes - mas simplesmente porque foram o brado no deserto, e com suas vidas pavimentaram o Reino de Deus através do mundo! Pelo que obterão da boca do Mestre o público reconhecimento da maioridade, somente alcançado pelos que alcançam a sublime graça de serem nada, nada além do que um simples caniço no deserto, agitado pelo vento do Espírito, o Vento que nos verga e que ao passar por nós faz-nos ter voz!
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Embaixadores como João são escolados no deserto; não temem os gafanhotos devoradores que causam estrago e prejuízo, pois, na verdade, gafanhotos são o seu lanchinho diário, comidos com o mel da Palavra.

Tudo isso me confronta. No dia em que o carrasco entrou naquela cela escaldante, para executar o prisioneiro mais livre e temido do cárcere, João perdeu a cabeça mas não perdeu a Verdade. Ele fez sua parte, sendo o último representante de sua dispensação... e assim também somos, chamados para ser os últimos de nosso tempo!

Um comentário:

  1. A vida de João Batista também me fascina. É impossível olhar para a vida dele e não sentir um incômodo com a nossa...
    O testemunho que Jesus deu a respeito dele foi lindo! Será que Ele poderia dizer o mesmo de mim?
    ... Difícil!

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