sábado, 25 de junho de 2011

Teu Calvário e eu

A primeira vez que fui até o Calvário do meu Senhor, minha motivação foi a pura curiosidade e não entendi direito o que se passou ali. Depois de alguns anos tive de voltar, sedento pelo perdão e a paz que acreditei fluírem do Cristo de Deus. De fato, ali o pecador recebe justiça, para ali sobe arrependido e dali ele desce perdoado. Mas depois dessa experiência revolucionária, percebi que precisava voltar para lá - e foi o que realmente fiz, muitas e muitas vezes.

Em algumas ocasiões, voltei aos pés da cruz porque precisava de respostas para a vida e suas circunstâncias obcuras e agressivas - e a visão que tive ali derrubou todas as minhas interrogações. Outras vezes, fui ali apenas para chorar um pouco, tamanha era a pressão que me esmagava de todos os lados; ali descobri a existência de uma consolação única e especial, daquele tipo que a gente leva pela vida inteira.

Houve dias em que fui ali porque estava bem fraco e minha fé adoecida; e o que ali contemplei deu-me forças e ânimo para seguir adiante. Em outra ocasião, quando andava me sentindo inferior e desprezível, crente em meu total descrédito, ali aprendi que o Valioso de Deus atribuiu-me todo o valor de que preciso. Em contrapartida, quando o orgulho afirmou que meu valor vinha de mim mesmo, precisei retornar para o altar do meu Senhor, rever Nele os meus pecados hediondos e admitir que nada em mim mesmo tem valor, a não ser o que é Dele em mim.

Em noites de tentação, aquela cruz foi para mim um lugar bem grave, que me constrangeu a ser sóbrio, fiel e agradecido. Nas manhãs silenciosas de tristeza, fui até o Calvário do Salvador e ali recebi alegria e inspiração. Nos momentos em que me senti ofendido e com dificuldades de perdoar, foi ali que bebi da fonte inesgotável do perdão divino. E quando a obediência à vontade do Pai me pareceu dolorosa, voltei-me para o Gólgota e o que vi me calou e encorajou.

Seja buscando respostas, conselhos, exemplos, ensinamentos, bençãos, direção, equilíbrio, paz, consolação ou tudo o mais que precisei, sempre fui até o Calvário do meu Salvador e jamais saí dali decepcionado ou frustrado, louvado seja Deus!

Um certo dia, então, fui até ali apenas por causa Dele.

Nesse dia comecei a ver a glória de Deus revelada, e entendi que se desde a primeira vez eu tivesse ido ali simplesmente por causa Dele, eu nunca mais precisaria ter voltado uma segunda vez. Isso me marcou bastante e ficou tatuado com fogo em minha memória. Lembro-me muito bem desse dia, porque desse dia em diante eu nunca mais quis sair dali.

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