sexta-feira, 2 de julho de 2010

A dependência e a glória


Filho, sei que temes as dificuldades do caminho e lamentas teres sido levado a esta situação em que dependes de mim. Sei que temes que eu largue tuas pequenas mãos, enquanto percebes as coisas girando à tua volta naquilo que chamas de caos. Sei também que preferirias teus pés bem firmados no chão, e as situações bem fixas sob o teu olhar. Mas não é isso que tenho para ti - pois eu sou como o redemoinho, filho! Um dia Jó e Elias poderão lhe dar mais detalhes do que lhe digo. Eu movo as coisas de seus lugares, faço tremer o deserto e tiro o que está embaixo para lança-lo para o alto. Tu és o meu amado, e quando seguro tuas mãos e te rodopio é para fazer-te sentir a alegria de dependeres de mim, enquanto olhas a minha face! Portanto, não chores, menino de minhas delícias!

Veja! A arca que te salva do juízo não é o teu cárcere, não a olhes desse modo! Tampouco se desespere, antes, saiba que a tua infertilidade e incapacidade de alcançares certas promessas são na verdade o meu convite para olharmos juntos as estrelas do céu... não foi assim com meu amigo Abraão? Aquieta o teu coração! Não te levei à praia do Mar Vermelho para aí aniquilar-te. Tenho planos gloriosos, como sempre tive com aqueles cujo coração se dispõem a depender de mim. Aqueles que realmente contemplaram a minha glória sempre foram os que aprenderam a depender de mim. E tu sabes e sentes em teu íntimo que nasceste para a minha glória! Contudo, a profundidade da glória é a profundidade da dependência de minha graça, pois não me glorifica a pessoa que depende (ou imagina depender) de seus próprios méritos, habilidades ou justiça para livrar-se.

Mas hoje tu dependes e temes, pois teus pés não estão mais firmes como antes. Ah, filho, olha para mim e devolve-me o sorriso que te dou, pois te tomo pelas mãos e não te abandonarei! Confia em mim e jamais voltarás a preferir que teus pés estejam firmados à terra ou coisa alguma! Então verás que sempre quis o teu bem, e que depender de mim é o meu modo de pôr em teu coração o meu sorriso, filho... e minha alegria em tua santa despreocupação!

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