quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A Estrela e a Cruz

"Eu o vejo, mas não no presente; eu o contemplo, mas não de perto; de Jacó procederá uma estrela..." (Nm.24.17. Aprox. 1450 A.C.)

O nascimento é sem dúvida um privilégio e uma dádiva de Deus. No entanto, para Jesus foi sinônimo de grande renúncia e humilhação, pois implicou o esvaziamento de Sua majestade eterna, que desceu e encarnou-se, comprimindo-se na limitação, sujeita às tempestades da vontade própria e às fraquezas e paixões da alma humana, pois era 100% homem (só assim poderia assumir o castigo que em Sua justiça exige para a satisfação dos pecados dos Homens). Ele foi inteiramente homem, nosso perfeito substituto, mas homem singular pois era também 100% Deus. Pôde escolher onde nascer, por exemplo. Mas ao fazê-lo, optou por um estábulo no interior da Judeia, quis a manjedoura entre os animais, o odor de estrume. No dia de Seu nascimento, embora a estrela brilhasse nos ares, na terra o acontecimento exigiu extrema humildade e renúncia de Sua parte.

Em Belém, Aquele que não teve começo ou fim de dias, o Deus eterno e imortal, desceu até nós e se sujeitou a nascer no tempo e na própria Criação. É claro que ali brilhou uma luz diferente - como em Gênesis 1, quando a Luz Eterna produziu a natural e dissipou o caos; como igualmente continua acontecendo na vida, pensamento e relacionamentos dos que estavam em trevas mas ouvem o Seu "Haja luz!", e então Ele resplandece em nossos corações com glória, e vemos nela a face de Cristo (2 Co.4.6) - o Cristo que veio em carne para nos livrar da destrutividade da nossa!

O Deus que é luz (1 Jo.1.5) e habita em luz inacessível (Tg.6.16) se sujeitou a "ser dado à luz", a levar uma vida nos suportando e a morrer levando e suportando nossos pecados. Somou à humilhação de Sua encarnação a aspereza da madeira daquela manjedoura, a humildade de suportar a dureza de homens feito árvores (Mt.8.24), para ao fim carregar a aspereza da madeira de Sua cruz. Ele nasceu sobre a madeira rude rodeado de animais e estrume, para morrer também sobre a madeira rude, rodeado de pecadores animalescos e fétidos. Mas com Sua obra Ele nos libertou de nossas mentalidades irracionais, dissipando o fedor execrável de nossos pecados, pelo que hoje reputamos nossas glórias pessoais como "esterco, comparadas com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus" (Fp.3.7,8). No dia de Sua morte, embora nos ares houvesse trevas, sobre a cruz brilhava a Estrela que nos traz o amanhecer.

Vemos, portanto, a cruz implícita desde a estrela de Seu nascimento, bem como também vemos na cruz a Estrela de Deus e a Luz do mundo. Diferente de nós, que usamos a estrela como símbolo de nascimento e a cruz para a morte, em Sua estrela sabemos que já havia sacrifício, e pela Sua morte irradiou no mundo a luz vinda dos céus. Na cruz, mesmo após horas de trevas sobre a terra, nosso Astro pôde nos mostrar o caminho para os céus. Pelo que podemos confiar que em meio à qualquer escuridão e por toda a vida Cristo haverá de nos guiar - não como aquela estrela que conduziu os magos à manjedoura, mas como a cruz onde agora resplandece vitorioso Aquele que nos está guiando aos Seus palácios!

"Ao verem eles a estrela, jubilaram-se com grande alegria" (Mt.2.10)

2 comentários:

  1. Era um misterio o seu nascimento e tbm a sua morte muito loco esse cara hahahah

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  2. Yeeeiiii!!!
    Lindas e verdadeiras palavras.
    Tenho certeza que sua vida move o coração do Senhor, Teo.
    Abraço.
    Grazi

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