sábado, 19 de setembro de 2009

Conselhos de um Milionário



De um jeito ou de outro a morte incomoda a todos, ela nos lembra que não somos indestrutíveis. Porém, sob a ótica do fim ganhamos uma visão mais nítida a respeito do que realmente vale a pena. Ali temos noção real do legado que deixaremos depois que formos embora.

A eternidade está no coração do Homem e por isso a morte o choca, deixa-o perplexo e o faz chorar diante da falta de sentido que ainda não sabemos explicar. Antes de partirmos, queremos nos certificar de que seremos lembrados por algo digno. Queremos deixar boas marcas no mundo e no coração das pessoas amadas. Queremos transmitir algo de valor aos que virão, algum aprendizado que possamos transmitir às gerações futuras, a fim de que vivam melhor do que nós.

Anseios assim são tão antigos quanto a humanidade. Há quase três mil anos, viveu um homem que soube expressar muito bem as mesmas preocupações, bem como a agonia diante da beleza da vida e sua paradoxal bestialidade. Seu nome era Salomão, ele foi rei de Israel e teve muito poder e riquezas. Outros reis da Antiguidade vinham visitá-lo para ouvir de sua sabedoria e observar sua grandeza e glória. Em sua velhice, vendo a morte se aproximar, Salomão sentiu a inspiração de escrever seu último livro, uma espécie de resumo de tudo o que aprendera em sua experimentação e observação da vida.

Materialmente, ele foi um caso de sucesso raro ao longo da História. Planejou, executou e conquistou tudo o que havia desejado. Mas agora, no cais da vida, o velho patriarca olha para trás e parece não ter muitos motivos para sorrir. Começa a escrever Eclesiastes de forma melancólica: "Tudo é vaidade", alerta várias vezes, "é correr atrás do vento".

Salomão vê a morte se aproximar. É riquíssimo, mas está partindo e descobre que o ouro não lhe vale muita coisa. Percebe que seu legado não é muito, pois não garante nada de valor permanente às gerações seguintes. Perturba-lhe saber que depois que expirar, outro virá e fará o que quiser com tudo o que penou para construir e consquistar. Sem ter mais o que fazer, o velho rei procura advertir seus leitores de que a vida que consiste só de trabalho e desejo de riqueza é uma ilusão.

Ao fim do livro, o sábio clama: "Vocês, jovens, lembrem-se de seu Criador agora que estão começando, cheios de vigor e entusiasmo! Pois os dias passam depressa e logo a velhice e o cansaço chegarão, quando então todas as coisas que pareciam muito importantes e atraentes perderão o sentido, e já não lhes trarão qualquer contentamento". De fato, tais palavras converteram-se em um legado precioso, e chegaram até nós com o mesmo valor de quando foram escritas, milênios atrás.

É interessante nosso interesse por entrevistas dadas por homens de negócios bem sucedidos. Queremos saber o que pessoas experientes e de sucesso têm a nos dizer acerca de como vencer na vida. Todavia, nunca ouvimos o que tais pessoas teriam a confessar em seu leito de morte. Talvez, se escrevessem com profunda honestidade sobre a vida que tiveram, não julgaríamos que são ilustres.

No fim de seu livro, o que o velho Salomão concluiu é que o grande sucesso da vida é viver de modo que quem vai embora continue tendo sucesso eterno. E ele mostra que isso só é possível quando, nesta vida, você se relaciona com o Deus Eterno, o único que pode satisfazer o suspiro por eternidade que habita em todos nós.

Particularmente, faz alguns anos que abri a Bíblia e comecei a seguir o conselho desse velho sábio. Desde então, tenho provado o que é uma vida cheia de sabor, de esperança, de sentido, de consolação e de verdadeira paz e alegria. Tenho visto que somente alguém que descobriu um tipo de sucesso acima e além da morte, é alguém que pode fazer de sua vida um verdadeiro legado para aqueles a quem ama.

Considere Deus em tudo desde cedo e sua vida será digna de ser considerada. Busque conhecer o Deus que o criou e é eterno, e arrependa-se de seus maus caminhos, mesmo se sua juventude já passou. Mas se ainda é jovem, lembre-se de que somente uma vida que se arrepende e se volta para Deus é uma vida que não se arrependerá ao chegar ao fim de seus dias.

(publicado no jornal Classe A em 18-09-09)

2 comentários:

  1. Bom,
    O que posso falar...
    Realmente o que conquistamos na área material ficará aqui, quando a velhice chegar, perceberemos que nada disso nos vale, que o que realmente importa é estarmos num relacionamento onde teremos a certeza da vida eterna, junto com o Senhor e Salvador das nossas vidas. Quero muito chegar na velhice e saber que minha vida inteira fiz o que Deus quis que eu fizesse, que as pessoas possam lembrar de mim, não como um homem que conquistou riquezas, mas como uma pessoa com quem possam se espelhar e dizer que esteve sempre debaixo da vontade de Deus, mas como somos jovens ainda é tempo de voltarmos ao primeiro amor e resgatar toda a intimidade que nos foi perdida por discuido nosso.

    Brndon KELVI Tavares

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  2. Poxa Brendon, daqui a pouco quem vai estar fazendo um blog é tu... rs... legal as palavras...

    Lindo o teu texto, Teo. O jovem esquece facilmente de Deus, é por isso que Salomão (um cara muito, muito sábio)escreveu "Lembra-te do teu Criador"... que Ele não permita que eu esqueça dEle jamais!

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