
O Espírito nos foi dado e quando entrou em nossos corações, derramou ali o abundante amor de Deus. Esse amor é a garantia de que a esperança de sermos participantes da glória de Deus não nos trará confusão ou desapontamento. Mas... de onde vem essa esperança cristã? A Bíblia ensina que tudo começa lá atrás, com a tribulação. A tribulação tem um propósito: gerar perseverança, que por sua vez produz maturidade (ou experiência). E a maturidade traz consigo esperança - sim, a esperança de que Deus vai glorificar Seu nome em nossas vidas, com um toque muito original e peculiar. Ao receber tribulação, o cristão sabe pela fé que, na verdade, está recebendo um pacote de qualidades como garra, maturidade e esperança. Não parece e é difícil acreditar, mas há glória nas tribulações. O embrulho não é nada agradável, mas o presente em si é muito bom, e para a vida toda.
Usando uma linguagem familiar, podemos dizer que a bisavó da Esperança é a Tribulação. A avó da Maturidade é a Tribulação. A mãe da Perseverança é a Tribulação. Logo, não parece existir "maldição hereditária" na linhagem da Dona Tribulação. Contudo, essas afirmações só são válidas se o Espírito Santo tiver derramado o amor de Deus em nossos corações; pois, do contrário, a Tribulação será estéril e sempre esterilizadora de virtudes. Em Cristo essa é uma linda "família", desde que não desprezemos a progenitora. Se com esforço deixarmos de olhar para o transtorno e a dor que a tribulação nos causa no presente, e tentarmos encará-la como a fonte de tantas coisas boas, passaremos a visualizar os fatos com os mesmos olhos dos heróis da fé do passado, e seremos assim capacitados a ver motivos de gratidão a Deus em tudo e por tudo!
Lembro-me de Sansão que, cheio do Espírito Santo, enfrentou aquele leão feroz que saiu rugindo ao seu encontro - e despedaçou a fera sem nada ter nas mãos. Dias depois ele voltou lá e, entre as garras e dentes do inimigo derrotado, achou e tirou para si um favo de mel delicioso, repartindo-o depois com sua família (Jz 14). Isso me faz lembrar da obra de Jesus na cruz, pois Ele também, sem armas ou uma defesa digna de Sua inocência, enfrentou a angústia, a dor, a injustiça e a morte – mas, mesmo de mãos vazias, despedaçou nosso medo e condenação! E dias depois - mais precisamente ao terceiro dia - Ele foi ressuscitado, e então, do seio daquela circunstância antes terrível, extraiu o mais puro mel para Si! Em seguida, o Senhor veio e repartiu-o conosco, por Ele feitos membros da família de Deus! E esse mel que o Cristo nos dá, peregrinos, tem o doce e revigorante sabor da esperança.
Senhor, obrigado pela esperança! Obrigado pela experiência, e pela maturidade que desejas nos conceder! Mas ajusta nossos olhos para enxergarmos Teu coração, que nos dá tribulação como um presente de amor. Acrescenta a nossa fé! E que, à semelhança do Teu Filho, nós sejamos por Teu Espírito também capacitados a lutar e a tirar mel de entre as garras deste mundo terrível que, por nós, Tu já derrotaste! Amém!