sábado, 22 de setembro de 2012

Vem de manhã


De manhã, se um intruso outono
Vier interromper meu fatigado sono
Trazendo questões e álgebras às
Ainda exaustas, infaustas pálpebras
Vem ali amanhecer meu espírito
Na tranquila alvorada de Teu Filho
Vem cultivar em mim Tua sombra
Obra de paz que arromba o sofrer

E logo, quando a planta de meus pés
Tocar a carnívora raiz da rotina
A alegria da missão que me chama
Florescerá na certeza de que Tu me amas
Pois já te levantaste de Teu sono
Pelo qual me despertaste - ó, o Teu drama!

Revela-me assim desde cedo o Filho
Pois não sou capaz de me erguer sozinho
Depois calça a minha fé em Teu Trilho
E leva-me com Tuas mãos de primavera
Até a Flor mais digna, santa e sincera
Pois na coroa de espinho descubro o meu ninho...

Ah, meu Senhor!
Quanta gentileza me trazeres a fé na cama!