domingo, 18 de dezembro de 2011

A Cruz e o Natal

Em Gênesis 2, Deus lança um profundo sono sobre Adão, abre o seu lado e dali chama à existência sua companheira. Adão acorda e, ao olhar para Eva, reconhece nela a semelhança consigo, a mesma natureza, o mesmo sangue, a mesma mente e os mesmos ossos.

Milhares de anos depois, no cume do Calvário, a tipificação do início se completa gloriosamente: ali, Deus faz com que o profundo sono da morte caia sobre Jesus, o segundo Adão. Já morto, seu lado é igualmente aberto (com aquela lança), de onde escorrem sangue e água (Jo. 19.34). Mas é exatamente da chaga que finaliza o perfeito sacrifício de Jesus, que o Pai chama à existência a Igreja - a Sua Noiva! E hoje, o Cristo ressurreto olha-nos e se alegra muito, ao reconhecer nossa semelhança Consigo - a mesma santa natureza, o mesmo sangue, a mesma mente espiritual, a mesma estrutura que não se quebra.

A cruz, portanto, é o berço do cristão, é onde ele nasce e se une ao Senhor. O berço do crentes, à semelhança do berço de Seu Mestre, também é feito de madeira. Cristo nasceu em carne, sob a luz e o esplendor de uma estrela, e seu último suspiro foi dado na cruz sombria. Mas, com isso, Ele abriu o caminho inverso para nós: por isso o cristão nasce na cruz e vai caminhando mais e mais, sob a crescente luz divina, em direção à perfeita glória celeste! Graças a Deus porque "a vereda do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Pv. 4.18). Sim! O Senhor carregou a pesada cruz da antiga Jerusalém, que o rejeitou, até o Calvário; agora, o cristão deve tomar sua leve cruz e partir do Calvário, até chegar à Nova Jerusalém - que não o rejeitará, antes, já o espera de braços abertos!

Portanto, pela conquista do sangue derramado do Senhor, o cristão tornou-se um ser humano no mínimo curioso! Pois, ao contrário do que se vê nas lápides deste mundo, seu nascimento pode bem ser simbolizado pela cruz, enquanto seu desaparecimento deste mundo é sinônimo da conquista de uma glória maior que a das estrelas!

E é por tudo isso que nós te damos graças, Senhor! Feliz é o Natal e a jornada dos nascidos na cruz Daquele nascido na manjedoura! Incomparável foi Teu sofrimento, Jesus - mas infinitamente maior é e para sempre será a Tua glória!