quarta-feira, 6 de abril de 2011

Denuncia-me!


Denuncia-me, firme e carinhosamente, daquele jeito que a aguda luz da Tua Palavra tão bem sabe fazer, pois Tua ação muda o que sou. Tira as maquiagens deste coração, lava meu rosto, quero ser Teu como sou, no amor que transforma genuinamente. Revela o Teu caráter e o meu verá sua própria fraqueza. Mostra Teu amor e o meu perceberá seu próprio egoísmo. Fala-me do Teu cuidado e minha ansiedade admitirá sua inutilidade. Toca-me com Tua misericórdia e minha ira enxergará sua inteira vaidade. Ensina-me simplicidade e humildade, e meus exaustivos pensamentos pomposos imediatamente largarão seus absurdos machados.

Apresenta-me o Filho Crucificado e senta-me aos pés do Rei Glorificado, na pessoa de quem percebo o que sou e descubro que nada, nada tenho, enquanto em um longo abraço de Pai que jamais abandona, vejo, com olhos não vistos, que Tu me denuncias a cada passo que me levas sobre os ombros dilacerados pela tortura e peso da cruz, aquela que corajosa e dolorosamente levaste até o topo do Calvário...

Ah, Senhor, Teu corpo moído para minha gratuita redenção, Teu sangue derramado e Tua vida espontaneamente massacrada para minha real libertação!

Denuncia-me, sim, que não tenho desfrutado o que Te custou tão caro!